Atos 23 – Livramento pelo Senhor


Atos 23 – Livramento pelo Senhor



E achei que era acusado de questões da lei deles, mas que nenhuma crime havia nele digno de morte ou prisão. E quando fui informado que haveria uma cilada contra o homem, logo to enviei, intimando também aos acusadores que perante ti se manifestem contra ele.” Atos 23. 29-30.

Paulo é preso e acusado injustamente pelos judeus que não aceitam a palavra de Deus. Quando é levado perante o sinédrio, (na Palestina, sob domínio romano, - primeiro século – Assembleia judia de anciãos da classe dominante à qual diversas funções políticas, religiosas, legislativas, jurisdicionais e educacionais foram atribuídas. A palavra aparentemente foi aplicada a diversos corpos diferentes, mas designa especialmente a suprema corte judia legislativa e judicial de Jerusalém, o Grande Sinédrio.), o comandante que era responsável pela ordem de Jerusalém, - que estava sob domínio romano - , tira Paulo d o julgamento por medo dele ser morto, e Paulo sendo cidadão romano, não deveria ser condenado sem passar por um julgamento romano.
Quando Paulo é apresentado a essa corte judia, ele percebe que a mesma é constituída por [1]saduceus e fariseus, ele usa isso a seu favor, para que ele não seja julgado injustamente, e assim, com sabedoria, ele faz com que aqueles homens entendam que ele não estava pregando contra a Lei, mas pregando algo que a Lei ensinava e aqueles saduceus (que não eram a favor da lei), queriam calá-lo.
Vemos que precisamos usar de sabedoria para enfrentar as situações que nos cercam, Deus nos dá sabedoria quando buscamos e pedimos, para que possamos usá-la a nosso favor e em nossa vida, para enfrentar dificuldades, situações adversas, situações boas, para vivermos bem. Paulo teve sabedoria ao perceber que haviam homens que compartilhavam da mesma crença que ele, na Lei dada a Moisés por Deus, e usou isso para mostrar que quem havia o levado até ali para ser julgado, eram homens que não criam mais na Lei, e que era favoráveis as novas “tradições” trazidas para o meio dos judeus por povos estrangeiros. (Tradições gregas e romanas, as quais tinham muitos deuses e outras lendas e mitos).
Deus livrou Paulo de uma morte certa pelas mãos daqueles homens que não aceitavam o evangelho da salvação. O Senhor sempre nos protege e nos livra do mal, mesmo quando a situação parece estar perdida aos nossos olhos, ou aos olhos dos homens, porém, quando confiamos verdadeiramente no Senhor, e nos entregamos em suas mãos, Ele nos protege e salva, não importa o quão impossível pareça o momento.
Aqueles homens não se conformaram de não terem conseguido condenar Paulo, e tramam matá-lo. Quantas vezes enfrentamos situações onde somos expostos de forma difamadora, onde somos acusados de algo que não fazemos, ou onde somos acusados por fazer o correto? Vemos que no mundo de hoje, o ‘certo’ virou ‘errado’ e o ‘errado’ virou ‘certo’. Vemos que se agirmos com honestidade, todos nos olham como algo esplêndido, pois a honestidade não é vista acontecendo com frequência, é algo raro. Quantas vezes, somos acusados injustamente e saímos como os errados por não termos agido de tal forma para nos defendermos, ou de tal forma para não termos sido expostos. O mundo está abraçando o pecado e condenando a justiça. E muitas vezes, quando insistimos em agirmos corretamente, caímos em ciladas das pessoas desonestas que não aceitam nossas atitudes corretas e assim somos prejudicados.
Paulo enfrentava isso, ele estava sendo honesto, correto e falando da Lei do Senhor, pregando que a promessa de Deus em salvar Seu povo estava sendo cumprida através de Jesus, e por não aceitarem aquela pregação, por inveja, ganância, ambição, aqueles homens decidem matar Paulo mesmo ele não tendo sido condenado.
Mas, o Senhor é fiel, e livrou mais uma vez a Paulo, seu sobrinho, o avisa e conta ao comandante o que estava acontecendo, “mas o filho da irmã de Paulo tendo sabido da cilada, foi, entrou na fortaleza e avisou a Paulo… o comandante tomou-o pela mão e, retirando-se à parte, perguntou-lhe em particular: Que é que tens a contar-me?”, Atos 23.16 e 19.
O comandante levou o sobrinho de Paulo para um lugar tranquilo onde puderam conversar em particular, o comandante sabia que havia pessoas ali que concordavam com aqueles homens que queriam matar Paulo, e também sabia que por ser tratar de assuntos de cidadãos romanos, como no caso de Paulo, ele não podia conversar em qualquer lugar. Isso nos ensina que devemos sempre procurar as pessoas certas e ocasiões e lugares certos para conversamos. O sobrinho procurou a Paulo, primeiro, para avisar o que aconteceria, e assim, recebeu a instrução do que deveria fazer, Paulo o advertiu para conversar com a pessoa que teria autoridade para tomar uma atitude. Isso nos ensina que nunca devemos procurar pessoas que não tem autoridade ou condição para mudar a situação ou tomar uma atitude, uma decisão. Não é para qualquer pessoa que devemos falar ou conversar, mas com as pessoas certas que tem sabedoria e discernimento para decidir o que deve ser feito. E sempre precisamos pedir orientação também às pessoas certas, às pessoas que tenham conhecimento param nos aconselhar e orientar no que e como devemos agir. E também aprendemos que, não é em qualquer lugar que devemos conversar sobre os assuntos, mas sempre, procurar o melhor lugar, e momento adequado para tratar das coisas. Aquele ditado, “as paredes têm ouvidos”, é isso que nos alerta, prestar atenção onde estamos conversando, para que “qualquer um” não ouça a conversa. Não podemos sair falando de tudo para todos, pois, nem todos são confiáveis.
O comandante envia Paulo para os cuidados do governador, pois ele sabia que junto ao governador ele estaria a salvo e que o governador tomaria a decisão mais correta. Isso também nos mostra que, devemos sempre entregar os problema e situações nas mãos daqueles que podem realmente tomar atitudes decisivas. Que por mais que tenhamos conhecimento do assunto, sempre há alguém que pode avaliar com mais cuidado e decidir acima de nós, e isso nos mostra a humildade de saber quando precisamos de ajuda, aquele comandante enviou Paulo para o governado porque ele não sabia mais o que fazer para proteger Paulo daqueles homens, então, ele pede ajuda para resolver o problema chamado Paulo, assim, ele entrega o que ele não pode mais resolver, para quem tem autoridade para tal.
Muitas vezes nós queremos resolver os problemas, e nos esquecemos que temos um Deus Soberano, Criador do céu e terra, e que não precisamos nos desesperar para encontrar a solução, basta entregar nas mãos de Deus. Não temos a solução para muitas coisas, mas Deus tem, só precisamos buscar ao Senhor e pedir ajuda, e Ele nos ajudará.
Assim como o rei Ezequias entregou diante de Deus a carta ameaçadora de Senaqueribe e pediu que Deus agisse para livrar Seu povo, assim nós também precisamos agir, e entregar a Deus o que nos aflige, assusta, aterroriza. Deus está pronto para nos ajudar, nós só precisamos pedir.


[1] Membro de uma seita judaica favorável ao helenismo e, posteriormente, à cultura romana, e cujos adeptos, pertencentes, em sua maioria, às famílias sacerdotais e à classe rica, rejeitavam as tradições dos antigos, a predestinação e só reconheciam como regra a lei escrita.

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