Mateus 3 – Dando o exemplo


Mateus 3 – Dando o exemplo

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu”. Mateus 3. 13-15.

João estava pregando sobre o arrependimento e batizando as pessoas, assim como o profeta Isaías havia profetizado, “Eis a voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus”, Isaías 40.3.

Ao redor de Israel é deserto, o povo de Israel andou ao redor da terra prometida por muitos anos, no deserto, assim, Isaías profetizou que do deserto viria uma pessoa que prepararia o caminho para o Senhor. Os profetas eram essas pessoas que pregavam e falavam da Palavra de Deus ao povo, podemos dizer que João Batista foi o último profeta, que estava ali cumprindo a profecia do que clamaria no deserto pelo arrependimento do povo e prepararia o caminho, ou seja, o coração do povo para receber o Senhor, Jesus.

João estava sendo perseguido pelos fariseus porque ele pregava a palavra de arrependimento e não de condenação como os fariseus e saduceus faziam, sempre se vangloriando pelos feitos que realizavam, por se engrandecerem por “cumprir” a lei, o que não acontecia na verdade. Eles tinham o coração corrompido pela ganância, inveja, desejos da carne e tantas outras coisas, desprezavam as pessoas. Jesus veio para nos dar o exemplo e ensinar como devemos viver. João Batista estava fazendo isso também, clamando ao povo que se arrependesse dos pecados, que abrisse o coração para a verdadeira Palavra de Deus, não para as leis que condenavam, pois a lei serve para a condenação, assim como serve para nos orientar ao que não fazer para não ser punido. A lei diz que não se deve matar, ou seja, se você comete assassinato, então será condenado por seu ato.

A lei não salva, ela orienta em como devemos viver em sociedade, como devemos viver entre as pessoas, com nossos familiares, parentes, amigos, conhecidos e desconhecidos. Levítico tem toda a lei de como se deve prestar culto a Deus, como conviver com as pessoas, em sociedade, no trabalho, em todo lugar, e também diz que se não cumprirmos uma única vírgula do que está na lei, já estamos errados. Ou seja, a condenação porque algo não foi feito deve ser aplicada, dessa forma as pessoas viviam com medo e fazendo sacrifícios constantes para serem perdoados, e dessa forma, o significado e simbologia do sacrifício descrito na Lei foi perdida, porque as pessoas simplesmente não se importavam mais em viver corretamente, mas viviam da forma que queriam e depois iam até o templo e faziam sacrifícios, estavam se comportando como os gentios. João Batista, então, aparece para cumprir a profecia dita por Isaías, do deserto ele clamava ao povo para que se voltassem ao Senhor, para que abrissem o coração para o arrependimento, e dava o exemplo através do batismo.

O batismo simboliza a morte para o mundo e o nascimento para uma nova vida. Assim, a quando nos batizamos, ao descer as  águas, “morremos” para o mundo, para os desejos da carne, para a vida sem amor, respeito, sem Deus, estamos simbolizando ali ao descer as águas que estamos enterrando aquela pessoa condenada pelo pecado, e quando nos levantamos das águas, simbolizamos que nascemos para uma nova vida. Uma vida que será transformada e guiada por Cristo. Não significa que não teremos pecados, que não cometeremos erros, mas de agora em diante, o Espírito Santo do Senhor estará habitando em nós, pois somos o templo do Espírito Santo, e Ele nos ajudará a enfrentar as dificuldades, nos ensinará e nos guiará, nos aconselhará em como nos comportarmos, na maneira que iremos falar, agir, e quando estivermos prestes a errar, Ele nos incomodará para que aquilo não seja feito, e se ainda assim errarmos, Ele nos consolará e clamará por perdão junto a nós.

Muitos dizem que não veem Deus, mas sentimos o Senhor através do Espírito Santo, muitas vezes impedimos que Ele se manifeste em nós, e precisamos aprender a deixar que o Ele aja através de nós.

João, pregava a arrependimento e batismo, mas deixava claro que ele não era o Cristo. Que estava somente preparando o caminho para que o Cristo viesse a se revelar aos homens que ainda não estavam preparados e por isso ele estava ali, preparando o caminho para o Senhor.

Jesus quando se aproxima de João para ser batizado, estava ali também para cumprir a profecia de que o Filho de Deus derrotaria o inimigo, pisaria na cabeça da serpente, como Deus havia prometido a Eva que aconteceria. E o mais interessante, mesmo sendo Filho de Deus, Ele se mostrou humilde e deu o exemplo. João pregava que as pessoas precisavam se arrepender e se batizarem para enterrar o “velho homem” e nascer novamente para uma nova vida, Jesus não precisava fazer isso, afinal, Ele é o Salvador, Filho de Deus, porém, Ele nos dá o exemplo se batizando, e dizendo que deve o fazer para cumprir toda a justiça, ou seja, se Ele pregaria uma nova vida aos homens, Ele precisaria mostrar como essa vida deve ser vivida, Ele deve dar o exemplo. João reconhece que Jesus é quem deveria batizá-lo e não ao contrário, mas o Senhor nos ensina mais uma vez o que é ser humilde, não importa a posição, devemos sempre cumprir o que é certo para uma vida feliz, para fazer justiça, para fazer o que é certo. Jesus se batizou e a partir daquele momento, o filho de José e Maria não mais existia, mas sim, o Filho de Deus, “e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo” (Mateus 3.17). Jesus sempre foi o Filho de Deus, mas para todos os conhecidos dele, para as pessoas da aldeia onde vivia, ele era o filho de José e Maria, mas agora, após seu batismo é revelado sua origem e verdadeiro Pai, o Senhor Deus. Quando Jesus diz a Nicodemos que era necessário nascer de novo, era sobre isso que Ele dizia, quando nos batizamos deixamos de ser “filhos do mundo”, e nos tornamos filhos de Deus. Filhos do mundo porque estamos em pecado, separados de Deus devido ao pecado que contamina a humanidade, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”, (Romanos 3.23). O batismo de Cristo além de exemplo é a manifestação de que, aquele que se arrepende dos pecados e se entrega ao Senhor, enterra o velho “eu”, para nascer uma nova criatura em Cristo, um novo filho para Deus, purificado do pecado. Jesus não teve pecado, se fez pecado pela humanidade para salvar o homem da condenação da morte eterna, e Sua vida foi um exemplo de como devemos viver e nos comportar. Ele chorou, se alegrou, se revoltou quando viu o que fizeram com a casa de Deus, Ele pediu que se fosse possível, que não sofresse o que estava para acontecer, pois como homem, Jesus sabia que a dor seria dilacerante em seu corpo, mas ainda assim, nos ensinou que a obediência ao Pai deve ser cumprida, Ele não queria desistir de nos salvar quando perguntou se seria possível passar d’Ele aquele cálice, o sofrimento da crucificação, Ele só queria não sofrer as dores dilacerantes que sofreu, como todos nós com certeza pediríamos também, porém, diferente de muitos de nós homens, Jesus enfrentou a morte para nos dar a vida. O maior exemplo de amor que já foi realizado, se sacrificar por aqueles que viviam naquela época e por aqueles que ainda não haviam nascido.

Jesus é o maior exemplo de uma vida correta, mesmo sendo homem e com sentimentos da humanidade, há como viver corretamente e alegrar o coração de Deus Pai. Davi errou muito, mas é chamado homem segundo o coração de Deus, Abraão errou muito até se tornar o pai da fé, e é chamado o amigo de Deus. Jesus não pecou, mas nos ensinou que mesmo sentindo revolta com os erros, tristeza com a perda de amigos e entes queridos, mesmo sendo desprezado e condenado injustamente, chicoteado, humilhado, abandonado por aqueles que chamamos de amigos ou até irmãos, ainda assim, Deus nunca nos abandona, e está de braços abertos para nos receber e cuidar de nós. 


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