Mateus 1. 1-25 – O Perdão e Cumprimento da Promessa de Deus

 


Mateus 1. 1-25 – O Perdão e Cumprimento da Promessa de Deus

O texto nos mostra como Deus em sua infinita sabedoria e bondade, trabalhou para que Jesus cumprisse a promessa feita a Eva e Adão.

Desde o princípio, Deus pensou em tudo para o nosso bem. Ele nos formou conforme à Sua imagem e semelhança, para que fossemos filhos d’Ele.

Quantos filhos não são parecidos com seus pais? Assim somos nós, parecidos, a imagem e semelhança de Deus, a diferença, é que a glória de Deus é tão grande, que nossos olhos humanos contaminados pelo pecado, não podem deslumbrar.

Quando Adão e Eva pecaram, passaram a “herança” do pecado a toda a humanidade. Sabe aquelas “doenças” hereditárias? Devido à genética? Então, o pecado é assim, já nascemos com ele, pois herdamos esse “gene” dos nossos antepassados.

No entanto, embora na medicina, muitas coisas podem ainda não ter “cura”, esse gene pecaminoso tem cura, Jesus! Ele é a cura para o pecador. Não que não cometeremos pecado depois de nos convertermos e aceitarmos Cristo como nosso Salvador, mas, somos curados e libertos do pecado quando nos arrependemos dos nossos erros e reconhecemos que somente Cristo pode nos salvar da condenação à morte eterna. O que muitos confundem, Jesus não veio para nos salvar nesse mundo, aqui somos peregrinos, Ele veio para nos resgatar da perdição eterna, para nos dar uma vida de paz e alegria depois que partimos dessa vida aqui no mundo.

Deus projetou o jardim do Éden como uma “filial” do céu, se podemos fazer essa comparação, Ele criou a terra como é, como vemos hoje, com mares, oceanos, terra firme, natureza e animais. A chuva, o sol, a lua e as estrelas, no entanto, Ele projetou e criou um lugar especial onde colocou Adão e Eva para morar. Um lindo jardim onde os dois deveriam somente cuidar. Lá tinha os animais e frutos e provisões para que eles se alimentassem e não tivessem falta de nada, mas, como sabemos, a curiosidade foi aguçada em Eva para experimentar o fruto, e Adão vendo que nada acontecera a ela, acabou também comendo e assim, o pecado entrou no mundo perfeito que Deus criara. Então, veio da parte do Senhor a promessa a Eva, de que da semente dela, ou seja, dos descendentes dela, nasceria o Salvador.

Houve multiplicação dos homens, dilúvio, e finalmente, Deus viu em um homem, um coração disposto a crer e obedecer, que precisaria ser trabalhado, Abraão.

Em Mateus 1, vemos a genealogia de Jesus, o texto já inicia dizendo que Jesus é filho de Davi, filho de Abraão, (naquela época não existia a palavra avô, avó, tio, tia – vemos as referências sempre como filho do filho de alguém, ou filho do irmão de alguém). O interessante nessa introdução do livro é que consta o nome de todos até a chegada em José e Maria, e há um destaque no verso 17, as gerações foram dividas em três partes, e cada uma delas têm catorze gerações – “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a Babilônia até o Cristo, catorze gerações”. Sabemos que o número sete é considerado um número perfeito nas Escrituras, e catorze divido por dois, é igual a sete. Ou seja, tudo feito perfeitamente por Deus.

Mas também, há destaques consideráveis que não podemos deixar de perceber, e que muitas vezes nós esquecemos e/ou ignoramos. Os versos, 5 e 6 trazem destaques a três mulheres, duas dessas com passados “vergonhosos”. “A Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé; e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias”.

Rute era uma estrangeira, na época de Cristo, estrangeiros não eram bem vistos entre o povo, até mesmo devido ao longo da história de Israel, o povo se deixar contaminar com os erros dos estrangeiros em vez de ensinar a Lei recebida através de Moisés para eles. Mas, Rute tem uma história linda, de lealdade e amor à família, não abandonando a sogra após a perda do marido, largando tudo para acompanhar a sogra de volta para seu povo e se esforçando para dar a ela uma vida digna. (Rute merece um estudo a parte). Mas, temos também mais duas mulheres em destaque, Raabe e Bate-Seba.

Raabe era uma prostituta em Jericó. Mas, ela ajudou os espias enviados por Josué para analisarem a cidade. Ela os escondeu e os ajudou a sair de Jericó, ela abriu mão das crenças pagãs da cidade, dos deuses que eram adorados ali, e decidiu escolher confiar no Deus de Israel. Com isso recebeu a promessa de que ela e sua família e quem estivesse em sua casa não morreriam quando Jericó fosse invadida, e assim aconteceu. A Bíblia não fala muito sobre ela após a conquista da cidade, mas no texto destaca que ela se casou com um homem da tribo de Judá, um guerreiro de Israel, que foi ancestral de um dos maiores guerreiros e melhor rei que o povo já teve, Davi. E o mais interessante, o filho de Raabe e Salmom, se casou com Rute. As duas eram estrangeiras no arraial de Israel, mas devido aos seus corações dispostos a mudarem e viverem conforme os ensinamentos do Senhor, abrindo mão do que foram ensinadas a acreditar desde que nasceram e se rendendo ao Deus Único, elas foram recebidas pelo povo, e entraram, na genealogia de Cristo. Mostrando aos judeus, e a todos nós, que não importa a origem de onde viemos, mas sim, o nosso coração disposto a aceitar a mudança e a vontade de Deus para nossas vidas, para nos moldar homens e mulheres melhores. Os erros do passado delas foram perdoados, e agora elas seriam novas mulheres, com novos princípios, com nova vida.

E também, se destaca o pecado de Davi. Davi é considerado amigo de Deus. Embora tenha cometido muitos erros, ele sempre se arrependia e se voltava para Deus, se humilhava e reconhecia o quão falho ele era e tentava não cometer mais os erros. Ele não foi um bom exemplo de pai ou marido, mas foi um grande exemplo de homem e servo do Senhor, que adorava a Deus em espírito e em verdade. Bate-Seba sempre é tida como a adultera, o que muitos esquecem é que ela não errou sozinha, e que ela, foi levada a errar. Mas ela podia ter dito não, não é bem assim. Bate-Seba era uma mulher, que pela descrição do texto bíblico, deveria ser muito bonita para chamar a atenção de Davi, mas assim como todas as mulheres, não tinha o direito de escolha. E também, ela estava em uma situação delicada, digamos. Seu marido e pai estavam na guerra, eram soldados, estavam no campo de batalha, seu avô era conselheiro do rei, já tinha sido um guerreiro também. Ela então recebe um chamado de um dos servos do palácio dizendo que ela precisava ir até lá, o que será que ela pensou? Tendo seu pai e marido no campo de batalha, com certeza se preocupou, então, ela é surpreendida pelo rei que desejava possuí-la como mulher, será que ela não disse não para ele? Será que ela não pensou que se negasse o pedido, seu pai e marido poderiam sofrer alguma punição? Ou até mesmo seu avô perder a posição que tinha no palácio? Davi era rei e sempre acabava tendo o que desejava, ela foi levada a pecar. Muito se erra em dizer que ela se ofereceu e tantas outras coisas, Bate-Seba estava sem opções de escolha, poderia condenar seu pai e marido e avô ao fracasso, morte, ou poderia se condenar deitando com outro homem que não fosse seu marido. Sabemos a escolha que ela fez. Seu filho, gerado desse adultério morreu em punição ao assassinato de Urias, mas, depois de tudo isso, ela deu a luz ao rei e homem mais sábio que já existiu, Salomão, que assumiu o trono de Israel, que construiu o templo, e que faz parte da genealogia de Jesus, afinal, Jesus é descendente de reis, do Rei eterno nosso Deus, pois é Seu legítimo e único Filho, e de reis aqui na terra, legitimando-O como herdeiro de Davi.

A genealogia de Jesus nos mostra e ensina, que o mais errado pode ser perdoado, se houver verdadeiro e legítimo arrependimento dos pecados. Se dispor a ter e receber a transformação que Cristo dá. José ouviu ao anjo e aceitou a missão de ser o pai de Cristo na terra, de cuidar do Messias, do Filho de Deus, do herdeiro do trono de Israel. José era descendente de Davi também, era de linhagem de reis, mas vivia como um simples carpinteiro, e nessa simplicidade foi que Deus viu a verdadeira disposição para cumprir a vontade do Senhor, e nessa simplicidade Jesus veio ao mundo para nos mostrar que não é necessário riqueza para termos felicidade, que a verdadeira felicidade está em ter Deus em nossa vida.


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