Mateus 2 – Cumprimento das profecias

 


Mateus 2 – Cumprimento das profecias

Responderam-lhe eles: Em Belém, terra de Judéia; pois assim está escrito pelo profeta”; “e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”; “cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias”; “e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno”. (Mateus 2. 5;15;17;23).

O texto nos conta o que aconteceu em seguida ao nascimento de Cristo. A visita dos reis magos (sábios da época), o encontro desses reis com Herodes e a fúria dele ao ouvir que nascera o rei dos judeus, provocando o medo dele em perder sua coroa. A fuga para o Egito. A volta do Egito para Israel. Mas, o que mais se repete no texto é, “para cumprir o que foi dito pelos profetas”, ou seja, mais uma vez vemos Deus cumprindo sua Palavra. Mais uma vez vemos a promessa acontecendo, a profecia se realizando!

Nos tempos antigos, como muitas vezes é mencionado na Bíblia, Deus prometeu que enviaria o Cristo para redimir Seu povo e esmagar a cabeça da serpente, que podemos entender como uma metáfora para representar a vitória sobre o pecado. Deus promete isso a Eva, e sabemos que essa promessa se cumpre quando Maria é escolhida para dar a luz a Jesus, e seu nascimento nos traz a esperança da salvação, cumpriu-se a promessa de Deus sobre o Cristo.

Agora, vemos que para sempre lembrar Israel sobre a promessa do Salvador, o Senhor sempre O mencionava ao povo através dos profetas, que eram homens escolhido por Deus para levar a mensagem ao povo.

“Responderam-lhe eles: Em Belém, terra de Judéia; pois assim está escrito pelo profeta”, (Mateus 2.5), o versículo 6, é a fala dos sacerdotes da época de Herodes falando sobre o texto do profeta Miquéias, “Mas tu Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti me saíra aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. O profeta Miquéias fora usado para lembrar ao povo que o Messias nasceria para reinar sobre Israel, e para mostrar que Ele (Messias), estava com Deus Pai desde os tempos antigos, desde a eternidade, isso era para ‘reforçar’ ao povo que o Messias é poderoso, é o Filho de Deus!

“E lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”, (Mateus 2.15). José e Maria tiveram que fugir para o Egito para proteger a vida de Jesus. Os reis magos, quando perceberam que a intenção de Herodes não era adorar o Cristo, mas sim matá-lo para não perder seu reinado, (ganância), eles não voltam a Jerusalém para contar onde o menino vive, e com isso todos os meninos de dois anos para baixo são sentenciados a morte. A família de Jesus, então avisada pelo anjo do Senhor, foge para o Egito, e ali vive até que Herodes morra. Quando novamente o anjo aparece para José, eles voltam para Israel, assim cumprindo mais uma vez a profecia dita pelo profeta Oséias, “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei meu filho”, (Oséias 11.1). Quando lemos esse versículo, somos remetidos a quando os descendentes de Jacó moravam no Egito, e foram libertos por Moisés da escravidão. Mas, quando lemos o texto em Mateus, de Jesus sendo chamado para voltar a Israel, entendemos que a referência a libertação dos israelitas no Egito, é a promessa do novo livramento da escravidão que agora eles viviam, a do pecado. Moisés, livrou o povo da escravidão terrena que sofriam nas mãos dos egípcios, mas, Oséias agora, usava aquele acontecimento para mostrar que a promessa do Messias estava para se cumprir e que assim como o “libertador de Israel” no passado também fora criado no Egito, (Moisés fora criado como príncipe egípcio), e chamado para libertar Israel da escravidão, agora, o Filho de Deus, seria chamado do Egito para libertar o povo da escravidão do pecado.

“Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias”, “Assim diz o Senhor: Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo: Raquel chora a seus filhos, e não se deixa consolar a respeito deles, porque já não existem”, (Jeremias 31.15). Isso se cumpre quando Herodes sentencia a todos os meninos de dois anos para baixo a morte. Aqui vemos como as pessoas que não aceitam os ensinamentos do Senhor agem. Herodes era um rei tirano, ele se importava somente com seu reinado, não com o povo. Como muitos reis que Israel teve depois de Davi, os ‘soberanos’, somente se importavam com a coroa, e se preocupavam em não perdê-la e não perder o poder que tinham. Herodes era assim, e quando ouve dos reis magos que um rei nasceu para assumir o trono de Israel, ele se apavora, se desespera. Chama os sacerdotes e os questiona sobre esse rei, os mesmo indicam onde o menino deve nascer, porém, a arrogância deles em serem sacerdotes, a ganância em terem o poder sobre o povo, (pois os sacerdotes também tinham poder, eles julgavam, eles condenavam, impunham medo nas pessoas, e usavam isso para seus próprios interesses), com medo de perder o ‘controle’ que tinham sobre o povo para os julgar e acusar, acabam não aconselhando corretamente o rei, mas o deixam com mais ódio e sede de matar aquele que tomaria seu trono. Ambos, sacerdotes e Herodes, não compreendiam que o trono do Messias não era o trono terreno, o que muitos ainda hoje confundem.

Jesus veio para reinar eternamente, porém, os homens esquecem de um detalhe, o homem não vive eternamente! Devido ao pecado, nós homens, morremos. Mas Jesus venceu a morte! Sim, Ele venceu a morte, e a vida que Ele nos dá é uma nova vida, ao lado d’Ele e do Pai na eternidade, na nova Jerusalém, na cidade santa, não aqui na Terra. A profecia de Deus que ainda não se cumpriu é a de Apocalipse, a revelação que o apóstolo João recebeu, essa ainda está para ser cumprida, e a cada dia vemos que o fim se aproxima devido a tantas atrocidades que vemos, no entanto, e a morte foi vencida por Jesus, mas, esse corpo que temos, está contaminado com o pecado, e mesmo aqueles que não morrerem no dia do juízo, receberão um novo corpo purificado (como dito nas Escrituras). E dessa maneira, sem entender as Escrituras, aqueles sacerdotes, não compreendiam que o reino do Messias não era um reino terreno. Eles esperavam por alguém que seria igual a Davi. Que lutaria contra Roma (que subjugava Israel e muitos reinos na época), que derrotaria os romanos como Davi fizera contra os filisteus, que restauraria o trono de Jerusalém e reinasse sobre todas as tribos de Israel mais uma vez, eles estavam apegados às coisas terrenas! Interpretavam a Palavra como eles queriam para favorecer a eles mesmos e não para ensinar ao povo e aprender juntamente.

Quando se usa a metáfora, Raquel chora a seus filhos, é uma forma de dizer que todo o Israel chorava a morte dos pequeninos que foram assassinados por Herodes. Remetendo a lembrança de quando os irmãos de José o venderam como escravo e disseram que ele havia sido morto por um animal. Raquel, já tinha falecido quando isso ocorreu, mas ela era a mãe dele, aquele que o carregou no ventre, a que se recusaria a ser consolada por ter perdido seu filho, assim, Israel viveu quando Herodes, sem nenhuma compaixão mata todas aquelas crianças, pelo fato de ter medo de perder uma coroa feita de metal e ouro que poderia ser quebrada ou derretida, que não tinha valor nenhum e não significava nada se comparada a promessa de Deus ao seu povo.

Quantas vezes sofremos devido a ganância das pessoas por coisas que no final, não tem valor, não tem significado algum, que pode ser destruído e esquecido, aquela coroa que Herodes usava nem deve existir mais, perdida entre escombros, enterrada junto a ele em seu sepulcro, enfim, vidas foram tiradas por algo que valia nada ao compreendermos que Jesus é o Salvador e reinará eternamente, não um reinado com tempo contado como o de Herodes e de tantos outros homens que morreram e não existem mais.

“E foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno”, (Mateus 2.23). Quando eles voltam do Egito, José descobre que o filho de Herodes reinava em seu lugar, com medo de que o filho faça o mesmo que o pai, José acaba tendo uma nova revelação divina para seguir para a Galiléia. Galiléia, era tida como uma terra, “ruim”, até mesmo porque, o próprio discípulo Natanael, antes de ser discípulo, questiona o que de bom poderia sair de Nazaré. Isso porque quando Israel conquista a terra prometida, uma parte da terra foi dada como refúgio para os criminosos, descrita no livro de Josué, da mesma forma como Samaria não era bem vista pelos judeus, por causa de acontecimentos do passado. Porém, é dessa terra “desprezada” que o rei se mostraria. “Mas para a que estava aflita não haverá escuridão. Nos primeiros tempos, ele envileceu a terra de Zebulom e Naftali; mas nos últimos tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios”, (Isaías 9.1). Salomão havia dados vinte cidades para o rei de Tiro (um gentio) quando esse lhe enviou madeira para a construção do templo, o pagamento foram essas cidades, com isso, muitos gentios foram morar lá e os judeus, desprezavam aquelas pessoas por serem ‘mestiças’, podemos dizer. Assim como Samaria, outras cidades eram “desprezadas” e mal vistas pelos judeus, porque muitos judeus se casaram com gentios ao longo dos anos, e a região da Galiléia, a parte da terra de Zebulom e Naftali, já era, podemos dizer, excluída por ser o refúgio de criminosos e pecadores que não podiam ficar no meio do povo de Israel, dos condenados. E Deus, em seu grande amor, promete que Seu Filho, nascerá em Belém, terra do rei Davi, da tribo de Judá, tribo a qual Davi pertencia, que Ele será chamado o Egito para libertar o povo, Jesus teve que ser levado para o Egito para sobreviver a matança, e que de onde as pessoas menos esperavam, de onde todos eram desprezados, o rei começaria o seu reinado. Jesus começou a pregar na Galiléia, onde morava, nos mostrando e ensinando que devemos começar dando o exemplo em casa, para nossa família, amigos, vizinhos, e ao mundo.

Jesus pregou aos gentios porque os seus o rejeitaram, como disse o profeta, mas Ele nos ensinou que não existem excluídos e privilegiados, existem homens, e Ele veio para salvar a todos os homens, cumprindo a promessa de Deus trazer a salvação aos homens para nos libertar da escravidão do pecado.

 

 

 


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