Mateus 26 – Entregue para ser sacrificado

 



Mateus 26 – Entregue para ser sacrificado

Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.” Mateus 26.2.

Jesus veio ao mundo com a missão de nos salvar do pecado. Ele sempre soube quem era e o que deveria fazer, cumprir a promessa de Deus de que o homem teria chance de ser liberto do pecado.

Jesus, mais uma vez diz aos discípulos que Ele seria entregue aos homens para ser morto, e mais uma vez, os discípulos ouviram e não escutaram. Eles não compreendiam o que Jesus falava, não prestavam atenção nas Escrituras que diziam que o Ungido do Senhor seria entregue para ser morto como um cordeiro para o sacrifício, e nós ainda hoje, não entendemos ou nos esquecemos disso.

Jesus, desde que iniciara seu ministério de evangelização, sempre alertou a todos que devemos vigiar e orar sem cessar, para estarmos prontos a todo momento e evitarmos as oportunidades de tentações nos atingirem. Porém, ainda hoje, mesmo com tudo que sabemos ao longo da história e com a Palavra de Deus em nossas mãos, ainda não damos ouvidos aos ensinamentos e conselhos de Cristo. Muitas vezes somente lembramos da Palavra de Deus quando estamos em dificuldades ou precisando muito de algo que desejamos ou necessitamos. Fazemos da Palavra de Deus um talismã e tratamos Deus como um gênio da lâmpada mágica para nos conceder nossos desejos. Esquecemos totalmente que devemos buscar primeiro o Reino de Deus e todas as demais coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6.37).

Em Mateus 26, vemos o relato da traição que Jesus sofreu. Ele foi abandonado e traído por todos os discípulos. Mas somente Judas o traiu! Na verdade, quando somos abandonados por nossos amigos, especialmente depois de todos eles falarem que jamais nos deixarão só, vemos isso como uma traição, traição da confiança que tínhamos nesses amigos. Jesus passou por isso! Todos os discípulos disseram que jamais O abandonariam, porém, O abandonaram. Judas Iscariotes traiu a confiança que Jesus depositou nele, também O vendeu. Os demais discípulos traíram a palavra que eles mesmos prometeram, de não abandonarem Cristo. E Pedro, também negou a Cristo.

Trazendo para nós hoje, será que agiríamos da mesma forma que eles? Será que deixaríamos o medo tomar conta de nós e fugiríamos deixando Jesus sozinho? Será que o medo de passar pelo que Jesus passou e de morrer nos faria negar a Cristo?

Quantos missionários, ou mesmo pessoas simples que simplesmente creem em Jesus estão sendo perseguidas, torturadas e mortas por permanecerem firmes na fé em Cristo? Por se negarem a negar a fé que tem em Jesus? Muitas vezes reclamamos, mas ainda não temos sofrido o que muitos estão sofrendo.

Temos visto como a perseguição aos cristãos está aumentando, países proibindo o culto de ser realizado. Países proibindo que as pessoas escolham qual crença desejam seguir, impondo a o que eles acreditam ou deixam de acreditar, impondo que as pessoas sigam o que eles querem. Dizendo que falar do amor de Deus é corromper as pessoas, quando eles matam as pessoas por creem em Deus.

Temos sofrido tantas perseguições, mesmo em países onde há liberdade religiosa. As ideologias que têm sido impostas as pessoas, estão a todo custo lutando para destruir a fé e impor que as pessoas desistam das suas crenças e fé. Temos que lutar para que isso não aconteça, embora saibamos que nos finais dos tempos isso acontecerá, ainda assim, devemos orar e lutar para que tenhamos a nossa liberdade de servir e adorar nosso Deus. Precisamos falar do amor de Deus para o mundo, muitas pessoas ainda não conhecem o Senhor, elas necessitam conhecer a Jesus e saber que Cristo morreu e ressuscitou para salvá-las!

No texto, Jesus diz que o momento da crucificação se aproxima, hoje, nós estamos vendo que o momento da grande tribulação se aproxima, a perseguição que Jesus sofreu no tempo que viveu na terra, aumenta a cada dia que passa, e hoje, estamos vendo os extremismos acontecendo a cada dia e muita gente celebrando quando cristãos são mortos.

O texto continua contando tudo que Jesus passou até o momento em que foi levado para o “julgamento” falso e manipulado já com a sentença preparada – o que vemos acontecer muitas vezes em nossos dias.

O texto diz que uma mulher se aproximou de Jesus com um óleo muito precioso na época, o que daria muito dinheiro se fosse vendido, e os discípulos se indignaram por aquele bálsamo em especifico ser usado para ungir os pés de Jesus, não porque Jesus estava sendo ungido, mas pelo valor que aquele bálsamo poderia gerar se fosse vendido, ou seja, eles estavam olhando somente para o valor que poderiam ganhar, bem material, a ganância por ter algo de valor falando mais alto. Muitas vezes nós agimos assim também, quando temos algo de valor, acabamos por escolher vender esse objeto e aproveitar o dinheiro para algo para nós do que usá-lo para abençoar a vida de alguém. É errado fazer isso? Não! Não é errado vender algo seu para seu benefício, DESDE QUE, esse objetivo não seja repleto de ganância e soberba tomando o lugar de Deus em sua vida. Deus não condena o rico ou quem tem condição financeira melhor pelo fato de terem riquezas, a condenação vem quando a riqueza se torna o deus para essas pessoas. Jesus, quando percebe o que está no coração dos homens que se indignaram com a atitude da mulher, os faz enxergar isso, “Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? Pois praticou uma boa ação para comigo.” Mateus 26.10. Às vezes, praticar uma boa ação para com quem necessita, nos leva a sermos criticados pelos outros, porém, muitas vezes, essa boa ação pode não só ajudar alguém, mas também, salvar a vida de desse alguém. Não é que tenhamos que nos desfazer de tudo para ajudar o próximo, cuidar de nós mesmos é necessário, a própria palavra de Deus diz que se tivermos somente uma capa, não devemos nos desfazer dela e fica na necessidade. Se tivermos duas capas, disponha de uma para ajudar alguém, porém, se você só tem uma, não fique na necessidade, de que adianta você dar a sua capa para alguém e ficar com frio? Se puder, compartilhe. Se você tem um guarda-chuva e começa a chover, ficará na chuva e dará o seu guarda-chuvas para o outro que não tem? Compartilhe o seu com o próximo, ajude de maneira que nenhum dos dois ficará na necessidade. Jesus, nesse momento mostrou para todos, que mesmo o mais valioso item, não vale mais do que a vida de alguém, você pode até dispor desse item valioso, poderá lhe fazer falta no futuro? Talvez, mas se você ajudar alguém de coração e com sinceridade, será retribuído muito mais. (Mateus 26.13 – aquela mulher é lembrada até hoje pelo que fez).

O texto também nos mostra o preço da traição. Muitas vezes nos indignamos sem saber o que levou alguém a nos trair, a resposta é simples, ganância e sede de poder. Judas se vendeu para os sacerdotes daquela época por trinta moedas de prata. Ele ignorou tudo o que viveu ao lado de Jesus e dos demais discípulos, esqueceu de tudo o que viu Jesus fazer, dos milagres que presenciou acontecer, dos ensinamentos que recebeu, dos momentos alegres que passou ao lado de Jesus e dos demais, por simples trinta moedas de prata que acabariam após algumas aquisições. Judas trocou a vida eterna por algo fútil e passageiro que acaba, se perde, e deixa de existir. E desde que receberam o pagamento para se tornar traidor, ele buscava o momento para entregar Jesus. É assim que agem as pessoas sem caráter. Elas se aproximam de nós, se tornam nossos amigos, desenvolvemos afeto por elas, confiamos nelas, e elas quando recebem uma proposta para nos venderem como objetos quaisquer, elas não hesitam e nos tratam como se não fossemos nada, como se não significássemos nada. Para Judas, nada do que ele viveu com Jesus e os demais significou algo, ele somente queria poder e quando percebeu que Jesus não daria esse “poder” que ele tanto desejava, resolveu aceitar o “poder” que o dinheiro dava.

Jesus no momento da ceia diz que seria traído. Ele sabia que alguém o trairia. Sabia que um dos doze seria o traidor. Nas escrituras já estava escrito que isso aconteceria, porém, todos os doze poderiam ter sido o traidor. Muitos falam que Judas estava predestinado a ser quem trairia Jesus, mas isso não é verdade, a traição é uma escolha, e todos os doze estavam a mercê de receberem a proposta e a aceitarem, mas o caráter de cada um é o que determina a escolha que será feita. Todos os doze, incluindo Judas, disseram que não abandonariam Jesus, Pedro foi além e disse que se fosse necessário morrer com Cristo, ele não O abandonaria, e Pedro além de abandonar, também negou. Todos se assustaram com o que aconteceu, mas somente um escolheu ser aquele que deixou o caráter de lado.

Quando Pedro diz a Jesus que jamais O deixariam, Cristo em sua sabedoria e conhecimento, sabia que ele falara de coração, porém, o sentimento humano do medo que aterroriza nossas vidas, nos faz tomar atitudes inesperadas no momento em que ele nos confronta, Jesus então alerta Pedro, “três vezes me negarás”, não porque Pedro não acreditava em Jesus, mas, porque ele se veria aterrorizado com o que viria a acontecer.

Quando Jesus vai até o Getsêmani para orar, ele ali se derrama diante do Pai. Muitas vezes, nós esquecemos que Cristo viveu como homem aqui na terra, e embora Ele seja o próprio Deus (Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo – A Trindade), Ele sofreu como o homem sofre. Jesus sabia por tudo o que iria passar, as blasfêmias, mentiras, falsos testemunhos, a condenação injusta sendo que Ele não cometeu nenhum erro, Ele foi condenado por falar a verdade, assim como hoje em dias nós estamos sendo massacrados por falarmos a verdade e não compactuarmos com as imundícias cometidas pelos homens corrompidos pelo maligno. “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” Mateus 26.39. Jesus nos mostra que mesmo no momento difícil, seguir o caminho do Senhor é o melhor. Mesmo que estejamos angustiados e com dor, seguir o caminho do Senhor é o melhor para nós. Jesus, embora sabendo toda a dor que sofreria, Ele se dispôs a cumprir a promessa do Pai, porque Ele sabia que se fosse dessa maneira, nós, seremos humanos, estaríamos condenados ao inferno devido o pecado. Jesus estava presente na criação do mundo, Ele viu tudo pelo que a humanidade passou ao longo dos anos até que Ele veio à terra, Ele viu o que a humanidade enfrentou, quantas pessoas se perderam devido ao pecado, quantas pessoas se deixaram influenciar pelo pecado, quantas vidas foram condenadas a perdição por causa do pecado. Como homem, Ele sabia que a dor seria insuportável, como Seu corpo reagiria as torturas, surras, a vergonhar que Ele passaria no caminho até o Gólgota, a dor que Ele sentiria ao ver seus discípulos O abandonarem, de saber que Pedro negaria conhecê-Lo por medo de sofrer o mesmo que Ele sofreria, e sim, Ele sofreria tudo aquilo para que Pedro, os discípulo, eu, você e a humanidade pudesse viver. Jesus nos amou tanto, que mesmo sabendo de tudo o que aconteceria, Ele somente diz ao Pai que cumprirá o que precisa ser feito.

Nós, não pensamos em tudo o que Jesus sofreu por amor a nós. Não nos lembramos do sofrimento d’Ele na cruz para nos salvar, e muitos ainda zombam disso e ficamos calados por medo. Agimos como Pedro, negando a Cristo por medo das críticas que sofreremos, por medo de sermos colocados de lados pelos “amigos”, por medo de perder oportunidades se falarmos que somos cristãos, deixamos o medo tomar conta da nossa vida em vez de confiar em Jesus.

Quando Jesus é levado, Ele já sabia do resultado daquele julgamento, a condenação à morte. Seus discípulos fugiram deixando-O sozinho. Ele foi vendido por aquele que o chamava de Rabi. Que o beijou na face como um ato final de despedida e ao mesmo tempo mostrando que aquele era quem deveria ser levado, sendo que todos O conheciam, afinal, Jesus estava sempre no templo ensinando, nas ruas pregando, a multidão sempre em volta d’Ele para receberem os milagres, ainda assim, o beijo, que representa um geste de afeto, foi também o sinal que o traidor usou para entregá-Lo a morte.

Quantas vezes nós também não passamos por isso? O gesto de carinho e afeto se torna o punhal da traição que recebemos daqueles em quem confiamos.

Jesus apesar de tudo não desistiu de nós. Ele foi firme e fiel a nós até o fim, e o fim foi a morte. E nós? Temos sido fieis a Jesus?

Seremos fieis até a morte assim como Ele foi para conosco?

Como temos agradecido à vida que Jesus nos deu?

Quem nós somos entre os discípulos? Aqueles que ao primeiro momento correram com medo e se arrependeram chorando amargamente, ou aquele que prefere a ganância e vendo Jesus para continuar na vida de soberba e pecado?

Continuamos entregando Cristo para ser sacrificado?

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