I Samuel 1.13-16 – Acusadores, quem é o acusador?

 


I Samuel 1.13-16 – Acusadores, quem é o acusador?

Porquanto Ana falava no seu coração; só se moviam os seus lábios, e não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada, e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.” I Samuel 1.13-14.

Eli era o sacerdote do templo, ele, ao ver Ana orando, a tem por embriagada só porque ela não orava em voz alta para ser ouvida. Jesus, quando diz para orarmos, Ele nos ensina algo muito importante, “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6.6.

Ana, fez exatamente o que o Senhor ensina, ela orou em secreto. Deus conhece nossos pensamentos, nosso coração e o mais íntimo dos pensamentos e sentimentos, que muitas vezes nem mesmo nós conhecemos. Ela, ali prostrada, estava derramando diante do Senhor todos os sentimentos que sentia, toda a aflição que ela sentia, toda a amargura, frustração, tristeza, Ana estava contando ao Senhor o que ela desejava e como ela queria se sentir, ela fez um voto ao Senhor, aquele momento era entre ela e Deus, não deveria ser ouvido por mais ninguém. Diferente dos fariseus, que oravam em voz alta contando tudo o que faziam para humilhar as pessoas ao redor, querendo se mostrarem melhores que os outros, querendo chamar a atenção para eles mesmos, Ana, foi humilde como o publicano, reconheceu seus erros, derramou diante de Deus seus sentimentos, colocou no altar do Senhor seu coração aflito e angustiado, pedindo a Deus que a atendesse, que ouvisse seu clamor e concedesse o desejo de seu coração. Um desejo singelo e verdadeiro, cheio de temor do Senhor.

Eli, por ser sacerdote, deveria ter tido mais consciência e consideração para com Ana. Ele não sabia seu nome, não sabia o que se passava em sua vida, porém, em vez de mostrar amor ao próximo e compaixão pela serva do Senhor prostrada diante do altar, ele a acusa de estar embriagada, e a repreende como se ela fosse culpada. Ele não teve a capacidade de se aproximar dela e lhe perguntar se ela estava bem, se precisava de algo, o que temos visto e muito hoje em dia, “líderes”, “irmãos”, que em vez de se aproximar e perguntar, “tudo bem? Precisa de algo? Posso orar por você? Posso ajudá-lo?”, fazem como Eli, acusam-nos de estarmos “embriagados”, assim como os “amigos” de Jó, nos acusam de estarmos em pecado e esse ser o motivo de nosso sofrimento, esquecendo eles de que eles também são tão pecadores quanto qualquer outra pessoa.

Eli, foi um péssimo sacerdote, ele não soube ensinar seus filhos, que cometiam blasfêmia com os sacrifícios do Senhor (I Samuel 2.12-17), e também, não sabia como olhar para o povo de Deus com amor e compaixão. Ana, revela a ele sua aflição “Mas Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; não bebi vinho bem bebida forte, porém derramei minha alma perante o Senhor” I Samuel 1.15.

Eli como sacerdote não teve a capacidade de perceber que aquela mulher ali prostrada estava em sofrimento de espírito. Ele a acusa e depois a manda embora. Ela, por sua vez, conta a ele que seu espírito estava aflito, que ela estava ali para se derramar diante do Senhor e clamar pela atenção do Pai. Muitos líderes hoje agem como Eli, acusam as pessoas sem nem ao menos saberem o que está acontecendo, e não é saber de ficar ciente da situação vivida pela pessoa aflita, mas, de não saberem identificar que a pessoa está aflita e precisa de ajuda em oração. Muitas pessoas precisam de um abraço, uma palavra de conforto e consolo, não precisamos saber o que de fato está acontecendo, mas, precisamos saber identificar quando alguém precisa de nossa ajuda em oração, de um abraço, de uma palavra de conforto. Precisamos nos deixar sermos usados por Deus para ajudar quem precisa.

Acusadores, somente isso temos visto em nosso meio ultimamente, acusadores que apontam erros, mas esquecem dos deles; que julgam, mas esquecem que não são juízes; que condenam, mas esquecem que não são Deus. O acusador, é aquele que quer nos condenar ao inferno, que busca todos as maneiras para nos separar do Senhor, que atormenta a nossa vida e nossa alma, que aflige o nosso ser, que quer nos desvirtuar do relacionamento para com Deus. O acusador é o diabo, e muitas pessoas têm se deixado usar por ele para destruir a relação que temos com o Pai. Precisamos abrir nossos olhos e cuidar para que não caiamos nessa armadilha, não somos acusadores e nem juízes, não podemos acusar e nem julgar; devemos sim, alertar nossos irmãos em Cristo, usar a Palavra de Deus para advertir, ensinar, alertar e aconselhar; devemos orar uns pelos outros e sempre vigiar para não cairmos em tentação e no erro.

Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos.” Efésios 6.18.

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